8 razões pelas quais a classe média Miami no fundo detestaria morar nos EUA





Cynara Menezes



Os Estados Unidos são o destino favorito dos brasileiros que viajam para o exterior. E são também o país mais apontado por certa classe média como o “paraíso na Terra”. Mas será que essas pessoas, mal-acostumadas do jeito que são, conseguiriam mesmo morar lá? Duvido. Passar férias é uma coisa, viver num lugar sabendo que não se terá os mesmos privilégios que se tem aqui é outra. Listei algumas das razões pelas quais não acredito que a classe média que adora Miami conseguiria viver nos EUA.

1. Ir ao trabalho de transporte público. Mais da metade dos moradores de Nova York, por exemplo, nem sequer possui carro; entre os moradores de Manhattan, este número chega a 75%. Já em São Paulo, o percentual dos que usam carro todos os dias é de 45%. Sem contar os que possuem mais de um carro para fugir do rodízio, em vez de pensar coletivamente e ir de ônibus ou de metrô.





2. Passar roupa. Usar a lavanderia é caríssimo (para roupa lavada e passada; só para lavar é barato) e não tem passadeiras disponíveis como aqui. Quem consegue imaginar esse povo que sempre teve a roupinha impecável todos os dias tendo que, eles mesmos, pegar o ferro de passar para fazer o serviço? Duvidê-ó-dó.




(O ex-candidato republicano à presidência Mitt Romney)


3. Cuidar do jardim de casa. Já viu como é nos filmes? São os próprios moradores e seus filhos que cuidam dos seus jardins. Jardineiro é coisa para gente muito rica! No Brasil, a maioria das pessoas de classe média alta que possui um jardim não sabe nem ligar o aparador de grama.




4. Lavar a própria privada. Hoje em dia, o número de norte-americanos que possui uma empregada doméstica é mínimo. Então, é preciso limpar o vaso sanitário pessoalmente – a não ser que o coxinha brasileiro queira fazer como o coxinha gringo e contrate uma empregada ilegalmente, realidade da maioria delas: de acordo com uma pesquisa feita pela organização Domestic Workers, 46% das empregadas domésticas nos EUA são imigrantes ilegais. Por isso, recebem salários abaixo do mínimo e não possuem nenhum benefício. Bem, não é difícil imaginar que os patrões brasileiros fariam o mesmo, já que aqui houve uma chiadeira geral quando as empregadas passaram a ter direito ao FGTS. Aliás,segundo matéria da BBC, muitas domésticas brasileiras se recusam a trabalhar para compatriotas nos EUA por causa da exploração.




5. Nada de deixar a pia cheia de louça! Não vai ter ninguém para limpar, viu?





6. O mesmo funciona para arrumar a casa. Faxineira é artigo de luxo nos Estados Unidos. Será que os coxinhas querem mesmo varrer e esfregar o chão como todo mundo faz por lá? Vai ter gente querendo voltar na hora.



7. Gorjeta de 15% a 20% aos garçons. Como aqui, o valor não é obrigatório, mas é o costume. Se no Brasil eles já choram para dar 10%, imaginem mais…




8. Ser “dono-de-casa”, o pai que fica em casa fazendo os trabalhos domésticos enquanto a mulher trabalha fora, é uma tendência crescente nos EUA, principalmente quando o homem tem facilidade de manter um home office. O casal normalmente faz as contas para decidir quem é que fica em casa, pensando mais nas finanças familiares do que em questões de gênero. Resultado: o número de stay-at-home-dads dobrou no país dos anos 1970 para cá. Se os homens brasileiros da classe média se recusam até a lavar pratos, quantos deles estariam dispostos a fazer o mesmo?





Postado em Socialista Morena em 13/06/2016



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