Como é a história que você quer viver?



Stephanie Gomes


Nunca esqueço as palavras de um professor que fez o discurso de uma formatura a que assisti. Ele terminou dizendo aos alunos: “obrigada por fazerem parte do maior bem que eu possuo na vida: a minha história”. 

Estas palavras ficaram se repetindo na minha cabeça e eu fiz questão de anotá-las para sempre me lembrar disso: minha história é o meu maior bem. Porque o meu maior bem não são as coisas materiais que eu tenho, não são as minhas conquistas, nem mesmo são as coisas que eu estudei e aprendi. Meu maior bem é o que eu decidi fazer com tudo isso.

Você pode ter conquistado um monte de coisas grandiosas e lindas: uma casa espaçosa e bem decorada, um carro bonito, roupas legais… pode também ter estudado coisas interessantíssimas, falar vários idiomas, conhecer um monte de países, ser extremamente culto, possuir uma habilidade que poucos têm, ter troféus, medalhas, prêmios, publicações… Estas coisas são realmente maravilhosas e eu também adoraria tê-las, mas acho importante levantar alguma questões: o que você faz com tudo isso? Aproveita bem estas coisas? As usa para ser feliz? Elas fazem diferença na sua história ou apenas existem nela?

Sua história não é o que você viu, mas o que sentiu ao ver. Não é o que você escutou, e sim como as palavras te tocaram ou fizeram você se transformar. Não são os lugares que você visitou, mas a emoção que seus olhos levaram até seu coração. Não são as pessoas que conheceu, mas o quanto as amou ou odiou. Não é o que aprendeu, mas como usou seu conhecimento. Não são os seus medos, mas a sua decisão diante deles. Não são as suas oportunidades, e sim as suas escolhas.

O que importa não é o que há na sua vida, mas o que você faz com isso. É o que você faz com o que há na sua vida que cria o enredo da sua história. O resto é apenas contexto e cenário.

Se você pudesse escrever um livro e depois vivê-lo, como seria a história dele? Escreveria um livro de viagens ao redor do mundo? Uma história de amor? Criaria um lugar lindo e mágico para estar? Viveria em um lugar bem sofisticado? Excelente, já temos o seu cenário.

Agora, o que você gostaria de fazer neste cenário? Que sensações quer sentir? Como quer aproveitar? Ampliando seus horizontes e aprendendo muitas coisas diferentes? Amando intensamente? Surpreendendo seus olhos? Aproveitando bons momentos com as pessoas que ama? Trabalhando com aquilo que gosta de fazer? Dando muitas risadas? Mudando o mundo para melhor? Conhecendo a si mesmo? Vendo a vida com os olhos de uma criança? Explorando o mundo?

Hoje eu sei que quero algumas coisas na minha história: quero me surpreender vendo com meus próprios olhos quantas coisas incríveis há no mundo – e acreditar cada vez mais que o mundo é sim um lugar maravilhoso. 

Quero saber que estou evoluindo, aprendendo e crescendo. Quero sonhar, porque descobri que não existe fonte maior de força e determinação para mim do que os meus sonhos e quero ser alguém que trabalha por seus objetivos e os realiza. Quero encontrar felicidade nas coisas simples. Quero aproveitar todas as oportunidades possíveis de estar feliz ao lado das pessoas que eu amo. Quero menos objetos e mais emoções. Quero tranquilidade e aventura ao mesmo tempo.

O que quero dizer é: o “como viver” é mais importante do que o “com o que viver”. 

Primeiro pense em como você quer que seja a sua vida, e só depois pense no que precisa. Procure descobrir não só o que você quer, mas o que pretende fazer com tudo isso. Autoconhecimento é isso: fazer a pergunta não óbvia.

É claro que a vida não é um livro que a gente escreve e depois vai viver já sabendo tudo o que vai acontecer. No meio de tudo vai haver decepções, tristeza, dor, saudade, obstáculos, surpresas, mudanças… É inevitável para todo mundo. Mas o “lado ruim” também entra na regra: não importa o que te aconteceu, mas o que você decidiu fazer com o que te aconteceu.

A sua história não é o que há ao seu redor, mas o que você escolhe fazer tanto em relação às coisas boas como às ruins.

Como é a vida que você quer viver?

Vá buscá-la.


Postado no Desassossegada em 13/04/2015


Nenhum comentário:

Postar um comentário