" Era 1º de Maio... "






Ela estava lá na maior alegria e expectativa porque, mesmo que de longe, ela estava perto de realizar o antigo sonho de assistir a um show do seu cantor favorito: O cantor sertanejo Leonardo. Como era primeiro de maio (1º de Maio) , feriado do dia do trabalhador. Trabalhador, como assim trabalhador se tava todo mundo ali! Esse povo não trabalhava não? Pensava ela. Com a clara vontade de assistir sozinha ao show do fofo do Leonardo. Espertinha! 



Também pudera, ia ter sorteio de apartamento, de carro e outros brindes. O povão deixou o gueto e apareceu em peso. E bota gente nisso! Ela era empurrada prá cá, prá lá, prá acolá..Tá legal seu escritor! Já deu para ver que a muvuca era grande não precisa ficar aí exagerando no á... tá.

Lá no meio do povão quando era empurada ...ela recebeu uma pancada na cabeça. 


- Aê companheirinha foi mal! Desculpa aí mina. Eu já arrumei essa bandeira mil vezes e ela insiste em querer voar. Era um rapaz, um militante de um partido político que estava com a bandeira da ética na política. A bandeira apesar de não ser pesada era rebelde e, não conseguia ficar na vara, como de costume quebrou-se e caiu na cabeça de alguém. E o alguém de hoje foi justamente a nossa guria. 


Assim que a bandeira caiu sobre a cabeça dela o rapaz veio rapidamente socorrer a garota e, com o pretexto de ajudar, fez uma massagenzinha aqui, deu uma sopradinha ali e quando seu deu conta já estava fazendo até cafuné. Como o tal do militante não era nenhuma bomba e nem tampouco nenhum canhão a garota até que estava gostando, não da pancada e sim do rapaz. Aí sabe como é né? Pancada na cabeça, carinho aqui, carinho ali, cafuné dali... De novo! Desculpe caro leitor é à força do hábito. Foi a Dona Lili, a minha professora de português quem me ensinou. Grande Dona Lili. 


Bem, voltemos ao nosso romance. Cafuné dali, papo vem, papo vai... O Leonardo na vitrola... Virou namoro! 

Vamos ver no que vai dar. Dizem que quando a coisa começa assim meio esquisita é porque existe uma força maior agindo e arrumando tudo para a nossa felicidade. Pensava ela. 

Isso foi há três anos. Hoje, o relacionamento dela com o militante está cada dia mais engajado e firme, bem mais firme que àquela bandeirada inicial e estão até comprando uma casa para depois se casarem. Quem sabe daqui a dois anos no máximo, ali mesmo, naquela comemoração do primeiro de maio, eles possam trazer o primeiro companheirinho deles. 

Edilson Rodrigues Silva.

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